sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tempestade


Que força é esta que rasga
O véu lúgubre do firmamento...
que causa frêmito e tormento,
Iluminando a amplidão enegredecida
E assustando o tempo e a vida?
Bem se vê que esta força incontida
Gela a alma e ofusca a visão
Dos incautos homens.
Teria esta força um nome
_Como se pudéssemos nominar
O que causa espanto
E que é completo por si só?
Para uns é êxtase.
Para outros é chama.
Há os que ainda,
Antes que tal brilho se finde,
Evocam o Santo Supremo.
Solertes, expremem-se em um canto,
Exprimindo cantos de espanto
E cânticos de resguardo.
Entre as pedras de seus medos,
Emudecem-se na sacra espera
Do trovão que chega tardio,
Ribombando nas entranhas invadidas
Da noite fugazmente iluminada.

Um comentário:

Sylvia Rosa disse...

Se os homens percebessem que nesta hora de desalento da natureza és Deus querendo chamaratenção gritando por socorro, e no instante da revolta, surgem os rasgos de trovões, tempestades elevando medo para que haja modificação, e não para que fiquemos apenas no espanto acreditando ser aviso de chuva.
Faz parte dos misterios entre o ceu e terra